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Thursday, May 18, 2006

Consórcio aproveita-se de carência pública


A exploração da carência do povo itaitubense por parte dos empresários que fazem parte do que eles próprios denominaram de “Consórcio Tapajós”, foi notória no último final de semana neste município. Ao tomar posse de uma concessão, vista por muitos de forma irregular, já que o transporte de passageiros deve ser livre á proporcionar melhores condições ao usuário, os empresários fazem na linha Itaituba/Santarém/Itaituba, um monopólio escancarado, submetendo os passageiros aos mais absurdos tratamentos e ainda, se aproveitando do dito consórcio para fugirem da responsabilidade social que toda empresa deve ter com a comunidade onde esteja atuando.
Atentos para a grande procura que teria no último final de semana, os empresários passaram a divulgar na mídia a venda de passagens através de pacotes (Ida e Volta), que deveriam ser adquiridos com antecedência pelas pessoas que haviam feito inscrições para o concurso do Tribunal de Justiça do Estado, desviando-se assim, de qualquer contribuição de cunho social que deveriam prestar a população carente do município e até burlando a lei que proporciona, principalmente aos idosos, o direito do passe livre nos transportes coletivos em nosso país.
Muitos jovens oriundos de famílias carentes de Itaituba, ao saberem que as passagens só seriam vendidas através de pacotes, ficaram impossibilitados de chegarem até o local da prova, já que estavam contando com a ajuda de parentes que residem em Santarém para pagarem suas passagens de retorno, o que não foi aceito pelo “consórcio”, do qual a ordem, segundo o próprio agente Raimundo Figueira (o Pezão), era para vender passagem somente para os que comprassem o pacote de ida e volta. Outros, ainda procuraram ajuda em diversos seguimentos, inclusive político, mas por não disporem de apadrinhamentos, também não conseguiram a aquisição dos pacotes para viajarem até Santarém.
Se com esta atitude os empresários marítimos demonstram não terem nenhuma responsabilidade social com a população itaitubense, já que se tivessem, colocariam um determinado percentual de passagens para serem doadas aos candidatos carentes através da Ação Social do Município, o episódio no geral, serviu para comprovar a falta de representatividade e o abandono político que a região Sudoeste foi submetida. Sem representatividade, a população residente nesta região não tem quem reivindique em seu favor junto aos governos estadual e federal, nem mesmo quando se trata do que poderíamos definir como um simples concurso, mas que na verdade, conseguir um emprego hoje, para muitos em nossa região, representa a conquista da dignidade, da cidadania e a sobrevivência para muitas famílias.
Já que em seus discursos os representantes do Governo do Estado do Pará afirmam que esta região é importante para o Estado e definem este município como o pólo desta região, por que pelo menos quando se trata de um concursos público a nível estadual, as provas não são realizadas em Itaituba? Será que o nosso povo só é importante na hora do voto? Muitos podem até dizer sim. Mas se observarmos direito, veremos que não, já que estamos em um ano de eleição e nem assim os políticos parecem dar importância a nosso povo.O desrespeito político para com a população é observado em todas as esferas: a nível nacional, a Câmara dos Deputados assolada em corrupção, não define quanto ao plebiscito do Estado do Tapajós, enquanto o governo federal, além de não cumprir suas propostas de campanha, abandonando as rodovias Santarém/Cuiabá e Transamazônica, ainda, através de Medidas Provisórias e Leis, engessa economicamente nossa região, deixando o povo desempregado e à mercê desse famigerado “consórcio”.
A nível estadual, a Assembléia Legislativa e o governo do Estado, além de não reagirem ás medidas federais, não apresentam um programa de desenvolvimento regional que possa gerar emprego ao povo, e ainda, através da Arcon, o estado homologa esse consórcio, impedindo que outras empresas possam trafegar no percurso, o que poderia baratear o valor das passagens à população.
A nível municipal, a administração que herdou um município totalmente abandonado e inadimplente, não conseguiu se direcionar, deixando que alguns membros do mesmo legislativo que deu aval a implantação do Consórcio Tapajós na linha Itaituba/Santarém/Itaituba, com meros objetivos politiqueiros, crie um clima de desestabilidade administrativa, o que poderá levar o município a uma crise política.

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